quarta-feira, 30 de junho de 2010

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Se eu tivesse juízo, não pensava mais em amor. Estive por aqui de amor, ó. Mas eu gosto tanto. Sou riquíssima em perdas e delicadezas, sei que não sou a única, mas rios delas correm dentro de mim. E a nascente de sentimentos, apesar de tudo, não seca. Mas, como eu dizia, se eu tivesse juízo, não pensava mais em amor. Pensava numa vida mais prática, tudo nos seus lugares, sem esperanças nem ilusões. Apenas a vida, a vida como um riachinho, onde a gente afunda os pés, só até os tornozelos. Mas eu sempre quis o oceano, navego muitas vezes sem farol, correndo o risco das águas profundas. Nasci marinheira, sabe? Marinheira e poeta. Na palavra, e só nela, encontrei a redenção das delicadezas doídas, das tatuagens diáfanas, do meu espírito sempre inquieto.
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"Acredito no amor, apesar de o amor não acreditar em mim."

Um comentário:

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