sexta-feira, 17 de junho de 2011



O ficante é o cara que te namora por duas horas numa festa, se não tiver se inscrito no campeonato “Quem pega mais numa única noite”, quando então ele será seu ficante por bem menos tempo — dois minutos — e irá à procura de outra para bater o próprio recorde. É natural que garotos e garotas queiram conhecer pessoas, ter uma história, um romance, uma ficada, duas ficadas, três ficadas, quatro ficadas… Esquece, não acho natural coisa nenhuma. Considero um desperdício de energia.

Pegar sete caras. Pegar nove “mina”. A gente está falando de quê, de catadores de lixo? Pegar, pega-se uma caneta, um táxi, uma gripe. Não pessoas. Pegue-e-leve, pegue-e-largue, pegueeuse, pegue-e-chute, pegue-e-conte-para-os-amigos.
Pegar, cá pra nós, é um verbo meio cafajeste. Em vez de pegar, poderíamos adotar algum outro verbo menos frio. Porque, quando duas bocas se unem, nada é assim tão frio, na maioria das vezes esse “não estou nem aí” é jogo de cena. Vão todos para a balada fingindo que deixaram o coração em casa, mas deixaram nada. Deixaram a personalidade em casa, isso sim.

(Martha Medeiros)


2 comentários:

  1. Entaum..isso é realmente tenso...naum vou mentir jah fiz isso...mas percebi que naum era akilo que buscava, uma felicidade momentanea, hoje tenho um namorado e posso ser sincera a te dizer que hoje naum sairia beijando quem naum conheço se solteira eu voltasse a ser!

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  2. Sempre bem acompanhada.
    Esse texto da Martha Mdeiros é ótimo!
    Pegar é um negócio muito feio mesmo, não gosto.
    As pessoas acabam deixando a personalidade em casa mesmo.
    ótimo feriado
    =]

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