"Não mais perdidos, não mais confusos. Dois estranhos em seu ninho. O Pierrot não chorava pelo amor da Colombina, nem essa escapava dele. Pelo contrário: queriam se conhecer até que aquela valsa se acabasse. Não queriam que tirassem as máscaras. Suas fantasias reais estavam por trás delas. E bailaram. E sentiam aquela estranha sensação de amor de carnaval. Não quiseram se conhecer mais profundamente: o folclore já tinha feito o favor de ensinar ao outro a sua história. Mas dessa vez, queriam ser controversos. Queriam escrever uma história só deles, sem interferência de uma terceira figura fantasiosa. Sabiam seus nomes e isso bastava. O salão era só deles e de mais ninguém. Ele a olhava nos olhos, onde encontrou a cura da sua insônia. Ela o olhava nos olhos, onde encontrou resposta pro seu vazio. Amor de carnaval não sobe serra mesmo quando não tem serra? Eles não sabiam e nem tinham tempo pra pensar nisso. O corpo dela parecia adaptável as suas mãos. Os braços dele pareciam fortes o bastante para conduzi-la aonde quer que ela fosse. Ela deu um sorriso firme que dizia para confiar nela. Ele não conseguia tirar os olhos de seus lábios. E colou os dele nos dela. E a música parou. E os olhos não se abriram mais."
*
Em meio a tanta gente nossos olhares se cruzaram e nossas almas se reconheceram, como se fosse mágica, sonho, irreal.. a gente se encontrou. -Géssica Paim
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigada pela visita, voltem sempre! :)